Eduardo abriu uma cerveja e passou-a ao amigo que tinha a seu lado.
--- Toma João.
--- Obrigado … que bem que se esta aqui.
--- Pois sim … desde que abriram a A23 esta estrada ficou muito mais tranquila.
Sentaram-se nas cadeiras de praia que para o efeito tinham colocado nas traseiras da casa, junto da barbacoa.
De quando em quando gostava de compartilhar com um ou outro casal amigo daquela paz.
De dentro da casa chegavam vozes femininas … eram suas respectivas esposas que falavam animadamente.
Tinham feito um churrasco e o jantar fora sublime …
O verão ia forte, por isso, o ar fresco que soprava aquela hora da noite era muito bem vindo.
--- Incrível como o céu está limpo.
--- É possível ver uma infinidade de estrelas …
--- … eh! … que raro … --- Eduardo levantou-se e apontou algo --- o que é aquilo?!
No céu estrelado uma luz brilhava mais que qualquer outra estrela … e não cintilava …
--- Será algum avião moderno.
--- Pode ser … mas …
Continuavam olhando … de repente, aquela luz ganhou vida … deslocou-se vertiginosamente a sua direita … era tão rápida que os dois homens tinham dificuldade em segui-la com o olhar …
--- Maria … Luísa … venham cá … depressa …
As duas mulheres, um pouco assustadas, saíram a casa correndo … também elas ficaram paradas, no exterior, olhando aqueles movimentos luminosos.
--- Que é aquilo, João?
--- Não sabemos …
Uma das mulheres tirou do bolso das calças um telemóvel e marcou um numero …
--- A quem chamas, querida?
Mas Luísa não lhe respondeu. Alguém atendeu do outro lado.
--- Olá sou eu. Onde estás? Ok. Quero que saias a varanda e olhas o céu na direcção da Póvoa Rio de Moinhos … apressa-te … que estás vendo ?... isso mesmo … igual ao que estamos vendo nós aqui … estamos aqui em Alcains na vivenda de uns amigos. … Obrigado … desculpa o incomodo … um beijo …
--- Estava falando com Barbara que está com o noivo na esplanada do Parque de Campismo … e está a ver o mesmo.
Entretanto, no céu, o espectáculo continuava.
Agora a luz estava mais perto e era muito maior. Também mudava de aspecto … por vezes parecia uma aranha com vários braços …
Os movimentos eram extraordinários rápidos …
--- Nenhum avião actual poderia fazer isto …
--- Tens razão, Eduardo … espera vamos chamar os jornais?
--- E os números?
--- Tenho aqui o numero do “Reconquista” … mandarão alguém.
Á segunda tentativa alguém respondeu do outro lado …
Em poucos minutos descreveu o que continuavam a presenciar …
--- Dizem que estarão aqui em meia hora …
--- Isto é incrível … pena que não tenha aqui os binóculos que deixei no escritório.
Sua mulher tomava-o pelo braço …
--- Não me digas que tens medo, mulher …
Ela não respondeu, mas sorriu e aninhou-se um pouco mais de encontro a ele.
Já levavam 40 minutos e o concerto de luzes continuava.
As luzes iam e vinham … num bailado descompassado …
Cerca de uma hora depois chegaram o mais perto que tinham estado desde o inicio … mesmo por cima das suas cabeças … depois … no mais completo silencio, aceleraram em direcção da serra da Gardunha … e desapareceram …
Tudo voltou ao normal …
Deram-se conta que tinham permanecido de pé durante todo aquele tempo.
--- Afinal … que foi tudo isto? --- João continuava olhando para cima … mas tudo voltara a normalidade.
--- Nem ideia.
--- É melhor ir por outra cerveja …
--- Podes trazer para mim, por favor?
--- Claro que sim.
O som de uma campainha feriu a tranquilidade da noite.
--- Alguém chama desde o portão.
Eduardo levantou-se …
--- Vou ver quem é.
Voltou pouco depois com um casal jovem.
--- Estes senhores são do Reconquista … Cristina Mota Saraiva e Nelson Mingacho.
--- Olá. Muito boas noites.
--- Já se acabou tudo.
--- Não faz mal. Mas vocês vão contar-nos tudo, não é verdade?
--- Claro que si … sentem-se, por favor.
A jornalista abriu o seu bloco de apontamentos e começou a escrever … Alcains … Estrada Nacional nº 18 … 18 de Julho de 2010 … 22.40h … … ...
INVESTIGAÇÃO :
A serra da Gardunha foi sempre cenário de
muitos avistamentos de Ovnis.
Este é, somente, um dos documentados, recolhidos pela imprensa local.
Para protecção da identidade dos verdadeiros protagonistas, os nomes dos intervenientes são ficticios, com excepção do nome do jornal “Reconquista”, que é a publicação mais antiga e Castelo Branco.
Os nomes dos jornalistas também são reais, mantive-os como homenagem ao seu trabalho ao longo dos ultimos 20 anos.
Deixo-vos o enlace que serviu de base para este meu trabalho …
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